Quem trabalha com gerenciamento de crises está acompanhando a demissão do jogador de vôlei Maurício Souza, do Minas Tênis Clube, em 27 de outubro, por ter feito uma postagem considerada homofóbica sobre o anúncio da bissexualidade do atual Superman.
Quais são os aprendizados? Consideremos o jogador Maurício Souza, melhor bloqueador da Liga das Nações de Voleibol Masculino de 2021, uma marca. Passar por momentos de crise é algo inevitável para qualquer empresa. No mundo on-line um acontecimento como este gera um buzz indesejável.
Muitas crises são causadas por elementos externos às marcas. Não foi o caso. Uma dica básica é manter a sua empresa longe de assuntos polêmicos. O esportista Maurício Souza tem que falar sobre levantar, cortar, aces, saques e bloqueios. Opiniões que não envolvam o seu negócio diretamente e não acrescentem nada à sua marca devem ser evitadas a todo custo.
Toda ação gera reação em igual intensidade e sentido oposto. Aprendemos isso no colégio. Se a opinião pessoal dele se mantivesse restrita à sua família e amigos próximos, não teria atiçado ativistas da causa LGBTQIA + . Este ato transformou-se em político, esquerda x direita, que já o convida para se candidatar nas próximas eleições. Para que?
Temos direito de comentar o que quisermos, mas para que polarizarmos se o nosso trabalho é outro? O jogador está precisando de uma consultoria para ajudá-lo a organizar suas mensagens-chave, de onde veio e para onde deseja ir. Vai querer jogar vôlei em algum lugar do mundo? Vai ter que aprender a conviver com a diversidade e a tolerância. Tudo neste momento sensível tem que ser feito com muito cuidado e verdade para não parecer que quer fazer deste limão uma limonada.
Vai lançar sua candidatura? Por qual partido? Um passo errado intensifica a crise com seus públicos de interesse. Precisa listar os diferentes grupos com os quais ele tem que conversar e fechar os posicionamentos para unificar as mensagens e construir uma comunicação assertiva. Não estamos falando só sobre ganhos e perdas de seguidores e sim sobre reputação e negócios. As redes sociais funcionam como ótimos termômetros, mas o buraco é mais embaixo. O problema já ocorreu, o que passou, passou. O jogador, entretanto, tem um futuro pela frente. Acompanhemos porque custa bem menos aprender com os erros dos outros do que com os nossos.
Reprodução/Créditos: instagram/mauriciosouza17